invocação ao meu corpo

Mais do que um lugar, pretendíamos uma miragem.
Comecei a olhar para a miragem como uma imagem em estado líquido, que não se consegue fixar numa forma ou lugar. Portanto uma imagem que oscila, que não se compromete com a realidade.
Partindo desta premissa e assumindo o ponto de vista do texto “um grande tapete é a vida”. Percebi que a forma de criar esta imagem seria recorrer ao princípio da tecelagem, subtraindo a parte do entrelaçar a teia à trama. O processo de entrelaçar é que fixa a imagem e a forma, sem essa parte fundamental, a imagem resume-se a sucessivas linhas verticais com tamanhos e distâncias diferentes, que por si formam uma imagem, mas que no seu processo incompleto mantem a liberdade de oscilar, de se desfazer com um simples toque.
O espaço foi assim desenvolvido em forma de ilha, com o desafio de criar uma paisagem apenas com linhas verticais: as searas, os corpos dos performances e o céu azul.

Apresentações
Auditório do IPDJ em Viseu – 2020

Ficha artística e técnica
Texto e Encenação: Guilherme Gomes
Interpretação: Catarina Luís, Mauro Hermínio, Rita Cabaço
Colaboração: Sílvio Vieira
Cenografia: Ângela Rocha
Desenho de Luz: Rui Seabra
Espectadora Infiltrada: Filipa Godinho
Escultura para Cartaz: Liliana Velho
Registo vídeo: Francisca Manuel
Fotografias: Luís Belo
Produção: Teatro da Cidade
Coprodução: CCB