Palmira

Este espetáculo passa-se num lugar interior de reflexão sobre as camadas e camadas de afunilamentos sociais e do papel da mulher na sociedade.
O material escolhido para o interpretar foi o gesso. Quando temos uma zona do nosso corpo engessado, é uma suspensão nas ações possíveis, criamos uma proteção para que o corpo se consiga voltar a reestruturar. Tal como ele, este lugar encontra-se engessado, para que a reflexão aconteça, para que a reestruturação possa ter o seu momento. A forma como explorei o gesso para corresponder às necessidades práticas das performances, foi evocar a sua forma através da cristalização do movimento. Uma mesa é evocada porque a toalha que a cobre toma a sua forma, o mesmo com as cadeiras. E nessa cristalização, existe uma suspensão, uma tentativa de paragem de tempo.
Todo este ambiente leitoso e terno, é subitamente interrompida pela ação de ruptura. O gesso da natureza morta que se encontra em cima da mesa é quebrado, trazendo de novo as cores, os cheiros e o valor interno.

Apresentações
Festival Materiais Diversos, Cartaxo, 2021
Cultura em Expansão, Porto

Ficha Artística
Direção artística: Anabela Almeida e Sara Duarte
Interpretação e texto: Anabela Almeida e Sara Duarte
Apoio à pesquisa: Luís Godinho e Teresa Gentil
Desenho e operação de luz: Nuno Patinho
Espaço cénico e figurinos: Ângela Rocha
Som: Ricardo Freitas e Ricardo Ribeiro
Fotografia de cena: José Carlos Duarte
Produção executiva: Vanda Cerejo
Co-produção: teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser, Festival Materiais Diversos
Apoio Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direcção-Geral das Artes
Residências de criação: Comédias do Minho (Paredes de Coura), Lavrar o Mar (Aljezur e Monchique), Materiais Diversos (Cartaxo), Cultura em Expansão – Teatro do Frio (Porto)